VOLTA: muito mais do que um show de acrobacias
Ontem fui com a família assistir o novo espetáculo VOLTA do Cirque Du Soleil, a convite deles, e voltei encantada! Além das acrobacias incríveis que eles fizeram, o tema me emocionou bastante. Quem me conhece sabe que sou apaixonada por esse circo e desde que cheguei no Canadá já vi 6 shows. O primeiro foi OVO (favorito) e de lá para cá, apesar de ter gostado de todos, nenhum foi tão tocante e saiu do trivial quanto VOLTA. E por isso fiz questão de escrever o post logo, com todo o sentimento ainda fresco na minha mente.
Todos os espetáculos do Cirque Du Soleil são amarrados por uma história, não é simplesmente uma sequência de atos, com manobras e acrobacias. Cada ato tem um significado dentro do tema do show, inclusive as palhaçadas que acontecem entre cada ato, enquanto eles preparam o palco.
Eu adoro as acrobacias mas me deixo envolver pela sutileza com que eles conseguem transmitir uma história sem palavras. VOLTA conta a trajetória de Waz, um apresentador famoso, de cabelo azul, que perdeu sua essência como pessoa em busca da fama.
No seu show, ele vive cercado de Elites, pessoas que de uma certa forma perderam o senso de realidade, se acham melhores do que os outros e se preocupam apenas com sua imagem perante a sociedade. Os participantes do show são os Greys, pessoas da cidade, que vivem isoladas uma das outras com seus celulares e em rotinas entediantes. Essas pessoas cinzas vão ao show de talentos de Waz com a esperança de virarem celebridades (Elites). Essa explicação dos tipos de pessoas é do roteiro de VOLTA e não da minha cabeça.
VOLTA começa com uma eletrizante competição de pular corda, entre as pessoas cinzas.
Quando tudo acaba e Waz está sozinho, ela deixa transparecer que no fundo não se sente feliz e não se identifica com a elite ou as pessoas cinzas. E a infelicidade dele fica ainda mais evidente quando ele encontra um grupo de Free Spirits, pessoas sonhadoras, altruístas, aventureiras, que colecionam experiências e o mais importante, genuínas. Elas são representadas com roupas alegres, coloridas e cheias de vida.
Esse encontro resgata memórias da infância de Waz, quando ele era feliz sendo espontâneo e fazendo o que gostava. Mas ao mesmo traz lembranças de como ele sofria bullying na escola por causa do seu cabelo azul. A partir daí ele fica dividido entre o conforto de permanecer na situação que está ou o desafio de se libertar. Devagar Waz começa a se redescobrir, se aceitar como é, e se liberta para ser a pessoa que ele foi destinado a ser.
VOLTA foi inspirado em parte pelo espírito de aventura e liberdade de quem faz esportes radicais, por isso é um show cheio de adrenalina. Os atos ilustram as memórias de Waz e o presente, nos deixando cada vez mais de queixo caído. Não vou explicar tudinho senão perde a graça né?
Em um momento, um moça aparece meditando e de repente começa a levitar. Sem acreditar, percebemos que ela estava suspensa pelo cabelo! Ela voou e dançou na nossa frente com tanta suavidade que parecia impossível. Ficamos tão maravilhados com esse ato que viemos conversando sobre isso no caminho de volta para casa. E por uma dessas coincidências da vida, descobrimos que essa talentosa artista é brasileira! Ela viu um dos videos que postei no Instagram e comentou (não acredito até agora). Para saber mais sobre ela procurem a @Danila_Bim no Insta.
O show terminou com piruetas incríveis feitas com bicicletas, que deixou a audiência aplaudindo de pé! Se quiserem ver alguns videos do show, passem lá no meu Instagram @Livi_Souza porque eles são tão rápidos que nem consegui tirar fotos direito.
Eu achei a mensagem de VOLTA tocante, eles mostram que a receita da felicidade não está nos outros e sim dentro de nós mesmos. Temos que nos aceitar da forma que somos, amarmos a nossa própria pele e valorizarmos aquilo que faz o nosso coração bater mais forte. O Cirque Du Soleil conseguiu demonstrar isso lindamente!
Para mim VOLTA foi muito mais do que piruetas bem executadas, foi uma lição de vida! Eu falei que tinha me emocionado… e fiquei feliz de ter assistido com as minhas filhas.
Posso até ser exagero meu, mas eu só pensava em quantas vezes a gente se vê na mesma situação de Waz, presos dentro de nós mesmos.
Onde comprar ingressos para o VOLTA
O espetáculo VOLTA fica em Toronto até 26 de novembro e é um investimento que vale muito a pena. Para comprar os ingressos visite o site oficial do Cirque Du Soleil. Para quem vai comprar pelo menos 3 ingressos, recomendo comprar o Family Pack com 20% de desconto. Os ingressos começam a partir de $49. Outra opção legal é comprar pelo Travelzoo até 15 de outubro, que eles estão oferecendo um upgrade em determinadas datas.
Em Toronto o circo está no 51 Commissioners St. e o estacionamento custa $20.
Todas as fotos sem a logomarca do blog foram cordialmente cedidas pelo Cirque Du Soleil.
Procure assistir o Varekai em vídeo.
Alias o “the making of”, que explica que o Cirque du Soleil vai atrás de talentos no mundo inteiro e como a seleção deles é rigorosa mas também o número de mudanças que ocorrem até a estréia de cada espetáculo.
É uma tensão só para se atingir a perfeição deles. São super-profissionais, daí tão belas produções.
Tinha uma brasileira no Varekai também. E ela e o seu grupo quase que tiveram a rotina cancelada.
Estou chegando dia 27/10. Obrigado pela dica!
Que maravilha! Pena que não estou aí para ver esse show.
Os show deles rodam o mundo e já foram no Brasil.